Metade dos brasileiros está acima do peso e 20% dos adultos estão obesos

Atualmente, 55,7% da população adulta do país está com excesso de peso e 19,8% está obesa, de acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018 (divulgada no dia 24 de julho de 2019 pelo Ministério da Saúde). Foram considerados com obesidade os indivíduos com índice de massa corporal (IMC) ≥ 30 kg/m², calculados a partir do peso em quilos dividido pelo quadrado da altura em metros (1).

O excesso de peso é considerado quando o índice de massa corporal ainda não chegou a obesidade, mas já ultrapassou o limite considerado saudável (IMC ≥ 25 kg/m²). Os pesquisadores concluíram que mais da metade da população brasileira (55,7%) se encontra nessa condição. É um crescimento de 30,8% acumulado ao longo dos 13 anos de análise. Nesse quesito, as mulheres apresentaram um aumento mais significativo do que os homens. O delas aumentou 40%, ao passo que o deles subiu 21,7% (1).

Apesar dos dados acima, acredito que não houve nenhum período em nossa história onde tantas doutrinas alimentares (diferentes tipo de dietas) estivessem tão popularizadas, tantas academias abertas, tantos procedimentos estéticos, tantos protocolos terapêuticos para perda de peso (incluindo emagrecedores e moduladores hormonais), etc.

E porque ainda assim a taxa de sobrepeso e obesidade só crescem?

O primeiro motivo é porque isso tudo não funciona a longo prazo. Apenas cerca de 20% que perdem peso fazendo dieta conseguem manter o peso durante pelo menos 1 ano e o efeito sanfona é deletério sobre a saúde.

O outro motivo relacionado com as dietas são as informações conflitantes que ouvimos a respeito delas. Ora as gorduras são boas, ora más. Algumas pessoas querem nos fazer acreditar que a resposta para o controle de peso está em pequenas embalagens de bebidas altamente proteicas. Outras afirmam que a solução está no ultimo livro de dieta publicado. Mas afinal, devemos comer mais ou menos carboidratos? O café da manhã é ou não é a refeição mais importante do dia? Devemos ou não comer a cada 3 horas?

Talvez a maior diferença entre a nossa interpretação nutricional moderna da dieta e a do Ayurveda seja o fato de a nutrição moderna analisar a comida apenas em função das suas qualidade materiais/bioquímicas. No entanto, uma abordagem bioquímica da dieta passa por algumas questões bastante humanas: E a satisfação? E o prazer? E os benefícios emocionais e até espirituais que vivenciamos quando desfrutamos os alimentos que comemos?

A própria ideia de dieta sugere que esses aspectos da comida não tem nenhum valor, que será na verdade melhor para o corpo ser submetido à punição de um consumo de alimentos severamente restringido.

O corpo reage a repressão rebelando-se – com uma intensa sensação de fome, um metabolismo mais lento e até com doença. As dietas que impõem o estresse à fisiologia interrompendo suas inclinações naturais provocam essa reação, que tem lugar em cada célula do corpo.

O Ayurveda se opõem completamente às dietas que não dão atenção às necessidades de todo o sistema mente/corpo. Em vez disso, precisamos retornar ao princípio do equilíbrio. Ao compreender e considerar as necessidades do seu tipo de corpo, você pode deixar que ele diga qual o seu verdadeiro nível de fome, quando você deve comer e quais são os melhores alimentos para você.

Ao chamar a atenção para esse nível básico de inteligência corporal, o Ayurveda revela que o problema do excesso de peso depende da maneira pela qual a comida é processada/digerida (que quantidade dela é processada como gordura em vez de ser queimada como energia?). Se nos alimentarmos de uma maneira que geramos a produção energia em vez de gordura e toxinas (ama), a contagem de calorias deixa de ser importante.

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Referências

1. http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/julho/25/vigitel-brasil-2018.pdf

Maíra Sant' Anna

Biomédica | Msc Imunologia | Terapeuta Ayurveda | Instrutora de Yoga